29/11/2011

Equilibrio

"...Portanto, profissionalmente falando, e pensando a longo prazo, o sucesso consiste principalmente em evitar fazer inimigos. Porque, por uma infeliz coincidência biológica, os poucos inimigos são exatamente aqueles que têm boa memória."

O texto é mais longo, mas taí, concordo mesmo com o Max Gehringer. E vou além... Não acho que isso sirva exclusivamente às relações no trabalho, senão que para qualquer tipo de relação que teremos durante a vida. Eu sei, isso não é tão fácil quanto parece as vezes, tem gente que parece suplicar nossa inimizade, mas nem valem o esforço que isso custa. E boa memória é uma via de mão dupla.
Há que se achar um ponto de equilibrio.

23/11/2011

...

Oh Romeu, Romeu! por que tinha que ser Romeu?
Renega teu pai e rejeita teu nome;
Ou, se não quiseres, juras que me tens amor,
E deixarei de ser uma Capuleto.

...  (breve interrupção dum afobado Romeu querendo saber se tinha mais a ouvir ou se já podia falar, e continua a enamorada Julieta sua linda declaração)...

Apenas seu nome é meu inimigo
Você é você, nem sequer um Montéquio.
O que é um Montéquio? Não é uma mão, ou um pé,
Ou um braço, ou um rosto, ou qualquer outra parte
de um homem. Oh, seja qualquer outro nome!
O que é um nome? O que chamamos rosa,
por qualquer outro nome teria o mesmo doce perfume.
Assim Romeu, se não fosse chamado Romeu, conservaria a querida perfeição que tem
sem esse título. Romeu, jogue fora o seu nome,
E para aquele nome, que não é parte de você,
tome tudo de mim.

... (e agora sim, Romeu...)

Tomo sua palavra.
Somente me chame "amor" e serei batizado com um novo nome.
De agora em diante, nunca serei "Romeu". 

William Shakespeare - Romeu e Julieta - Cena II

(ajudar em trabalhos escolares traz lá suas recompensas...)

16/11/2011

...

"Nada é para sempre, dizemos, mas há momentos que parecem ficar suspensos, pairando sobre o fluir inexorável do tempo."

José Saramago (1922-2010)

09/11/2011

Das vergonhas alheias...


Sério mesmo que essa pirralhada mimada (uma minoria no momento, sendo justa) da USP não encontrou nada melhor em que concentrar suas energias? Num país como o Brasil?

Estão certamente fazendo uma diferença memorável. Já podem se orgulhar de suas vidas, não foram em vão. Serviram para fazer vergonha alheia.

Os estudantes que então lutaram contra a Ditadura, ou pelas Diretas, ou ainda pelo impeachment já podem se recolher à sua insignificância...

E chilenos, aprendam com eles... É por isso que se luta!



05/11/2011

Insuficiências

Eu gosto de escrever. Bobagens. Coisas que sinto, que penso, que vejo ou quero ver, faço ou quero fazer. Seja no blog, num email para alguém, ou por aí. 

Mas – e ainda que as palavras escritas valham muito – vejo,  nem sempre elas chegam da mesma maneira que saem de mim. Ouso dizer que quase nunca.

Eu posso sentar aqui, colocar o mais lindo concerto para tocar e começar a escrever o que de mais intimo eu tenho, esvaziar a minha alma. Posso escrever com paixão, amor, raiva, dor, ironia ou com o peito ardendo de felicidade. Posso colocar uma letrinha depois da outra, até que formem palavras e frases e parágrafos, mas não posso colocar minhas mãos que tremem, ou meu choro, meu riso, minha hesitação, a respiração acelerada ou minhas pausas.  

Tudo pode ser interpretado de qualquer forma. Talvez de acordo com o estado de ânimo de quem lê. O meu mais bonito pode vir a parecer áspero e ressequido.

São palavras sós.  Não vão acompanhadas da melhor – ou da pior – parte de mim. Faltaram os olhos, o som, a entonação, o toque, a expressão.

A escrita não dá conta das delicadezas.